EPIs vs EPCs: o que são, para que servem e como aplicar corretamente

Dentro do ambiente de trabalho, tanto a segurança individual quanto coletiva deve ser prioridade.

Este é um elemento tão importante dentro do espaço profissional que existe uma profissão que avalia e previne riscos: o técnico em segurança do trabalho.

Uma das funções mais importantes deste profissional é conscientizar e treinar os demais colaboradores sobre a importância dos EPIs (Equipamento de Proteção Individual) e dos EPCs (Equipamento de Proteção Coletiva).

Mesmo possuindo a mesma função principal, existem grandes diferenças entre os EPIs e os EPCs, e é justamente o que te mostraremos neste artigo. Veja mais a seguir.

O que são EPIs e EPCs

A primeira grande diferença entre EPIs e EPCs é sua finalidade. Enquanto um é voltado para a proteção de um único trabalhador, outro se preocupa com o todo.

A definição de cada equipamento e como utilizá-los é um dos princípios básicos ensinados logo no começo do curso técnico em segurança do trabalho, dado à sua importância para um ambiente de trabalho seguro.

Abaixo, explicamos o que é cada um destes equipamentos.

EPI (Equipamento de Proteção Individual)

Os EPIs são os itens mais famosos e que logo associamos quando pensamos em certas áreas, como construção civil por exemplo.

Estes itens são voltados para a proteção do trabalhador enquanto realiza suas funções.

O fornecimento de EPIs adequados é de responsabilidade do empregador, enquanto o técnico em segurança do trabalho deve ensinar e fiscalizar seu uso correto.

Os equipamentos mais utilizados são:

1. Capacetes
1. Abafadores de ruído
1. Óculos de proteção
1. Luvas
1. Botas
1. Cintos de segurança

EPC (Equipamento de Proteção Coletiva)

Muitos nunca devem ter ouvido a sigla EPC, mas estes equipamentos são mais comuns do que imaginamos.

Eles são voltados para a segurança do todo, ou seja, dispositivos, sistemas ou medidas de segurança destinados a proteger um grupo de trabalhadores ou um ambiente inteiro contra riscos ocupacionais, ao invés de proteger um indivíduo isoladamente, criando um ambiente de trabalho mais seguro.

O técnico em segurança do trabalho é quem identifica, avalia e implementa medidas que utilizam esses equipamentos para eliminar ou mitigar riscos à segurança e saúde dos trabalhadores.

Os principais EPCs são:

1. Guarda-corpos e linhas de vida em construção civil.
1. Sinalização de segurança.
1. Sistemas de ventilação, exaustores e isolamento de máquinas.
1. Cones e faixas para isolamento de áreas.

Diferença EPI e EPC

As diferenças entre EPIs e EPCs vão muito além do nome e de quem é protegido.

Para deixar estas diferenças claras, aqui vai um guia que separamos para facilitar o entendimento:

Foco da proteção

1. EPI: protege um único trabalhador, reduzindo lesões pessoais.
1. EPC: protege todos os colaboradores ao mesmo tempo, proporcionando um ambiente de trabalho seguro como um todo e evitando acidentes que podem não ter relação com a função desempenhada.

Escopo de aplicação

1. EPI: usado quando o risco não pode ser eliminado, apenas controlado, como as âncoras do trabalho em altura, por exemplo.
1. EPC: usado para eliminar o risco na fonte, antes que alguém seja afetado.

Responsabilidade pelo uso

1. EPI: o trabalhador deve usar corretamente, com auxílio da fiscalização e treinamento do profissional em segurança do trabalho. Seu fornecimento é por parte do empregador.
1. EPC: é responsabilidade exclusiva do empregador, que deve comprar e instalar, porém, o técnico em segurança do trabalho que fiscaliza.

Custo de implementação

1. EPI: custo por trabalhador, tanto na aquisição quanto na reposição, que deve ser realizada de forma periódica.
1. EPC: gasto único, protegendo vários colaboradores simultaneamente. O único custo adicional é o relacionado à possíveis manutenções.

Controle e fiscalização

1. EPI: precisa de inspeção individual, registro de entrega e acompanhamento de uso.
1. EPC: precisa de inspeção periódica para garantir que esteja operando corretamente (ex.: extintores, exaustores, grades de proteção).

Como aplicar corretamente os EPIs e EPCs

A aplicação correta dos EPIs e dos EPCs é o que garante a segurança dentro do ambiente de trabalho.

É dever do técnico em segurança do trabalho instruir e fiscalizar o uso dos equipamentos, a fim de evitar acidentes ocupacionais.

A forma correta de aplicar cada um destes itens é:

Aplicação de EPI

1. Selecionar EPIs adequados para cada risco identificado no PPRA/PGR.
1. Treinar os trabalhadores sobre o uso, ajustes e conservação dos equipamentos.
1. Realizar inspeções periódicas para verificar desgaste e validade dos EPIs.
1. Substituir imediatamente qualquer item danificado ou vencido.
1. Registrar a entrega e devolução de EPIs em fichas ou sistemas internos.

Aplicação correta de EPC

1. Mapear os pontos de risco para determinar onde instalar EPCs.
1. Priorizar soluções que eliminem o risco na fonte (exaustores, enclausuramento de máquinas).
1. Instalar sinalizações visuais e sonoras de alerta de perigo.
1. Implementar barreiras físicas, guarda-corpos e redes de proteção em áreas de risco.
1. Fazer inspeções de rotina para confirmar que todos os EPCs estão funcionando.

Proteção eficiente começa pelo conhecimento

Saber as diferenças entre EPIs e EPCs e entender como aplicar corretamente cada equipamento é o que garante a segurança de todo o ambiente de trabalho.

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